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Macapá, Amapá, Brazil
Alguém que descobriu que é amada incondicionalmente por Deus, e que nada pode me separar do Seu Amor! Alguém que rindo ou chorando quer continuar caminhando com Jesus na estrada que vai dar rumo ao Céu, e que não se importa de ser chamada de lunática, visionária, fanática etc por Segui-lo. Amém.

terça-feira, 1 de junho de 2010

O ENCONTRO - 1999

DIA 09/12/1999
Amanheci com a idéia fixa de voltar ao rio para procurar mais uma vez o corpo do meu pai. Agora estava certa que ele não sobrevivera. E tinha a certeza no coração que Nossa Senhora iria me mostrar o caminho.
Saí as 07h30min. com os irmãos de caminhada e resolvemos descer agora bem em frente da cidade. Ontem como foi feriado por causa do dia de Nossa Senhora da Conceição, pela parte a da manhã o rio permaneceu seco nas margens, e o povo aproveitou para tomar banho de sol, jogar vôlei, futebol, ou seja, aproveitaram o feriado para se divertir.
Descemos as escadas que fica ao lado do Trapiche Eliezer Levy, um ponto turístico da cidade, e começamos a andar na praia.
De repente, eu avisto bem próximo da água, urubus! Meu coração se inquietou! Ficou pequeno, e eu comecei a falar que o corpo do meu pai estava perto! Ninguém acreditava! Eu cria nisso!
Eu dizia que se têm urubus por perto, é porque algo que está estragado ou estragando atraí a sua atenção! Eu comecei a correr em direção a eles e minha prima Patrícia dizia que não tinha nada ali e muito menos era o meu pai. Eu não queria saber, queria estar o mais próximo possível deles.
Quando me aproximei vi que não havia nada perto deles, mas meus olhos me levaram a um ângulo de 360º em direção a muitas árvores de aturiá que existem em frente da cidade.
Vi meu pai sentado, preso aos galhos de uma dessas árvores! Saí correndo e gritando desesperada que era o meu pai, e ninguém conseguia ver, até que quando perceberam, eu já estava me aproximando do seu corpo inerte! Quando eu ia abraçá-lo, fui agarrada pelo Robson, tio do meu filho, que também tivera a mesma imagem pelo outro lado das árvores, juntamente com um pescador e o corpo de bombeiros!
Papai estava sem as camisas que vestia, apenas de bermuda! Estava sentado com os braços trançados em um galho, com a cabeça reclinada para trás, olhos a fitar o céu, como se estivesse descansando, a espera de socorro! Estava o seu corpo entrando em decomposição.
Foi umas das cenas mais tristes que senti, não era ninguém que eu não conhecesse! Era o meu pai, o meu “lobão” amado! Que dor, que vazio imenso meu coração, meu espírito sentia! Mas foi quando eu não tinha mais forças que novamente o Espírito Santo me levantou! Então me ajoelhei e todos repetiram o gesto e fizemos um grande louvor de agradecimento a Deus, por ter nos devolvido pelo menos o corpo do meu pai. Agradecemos a Nossa Senhora pela Sua intercessão naquelas horas tão difíceis de angústias, de medo, de solidão!
O corpo de bombeiros começou a retirar o meu pai daquela árvore. Primeiro cortaram os galhos que o prendiam, depois quebraram as suas pernas para pô-lo na maca e levá-lo a POLITEC – Polícia Técnica Cientifica. Liguei para minha mãe para comunicar que nós tínhamos encontrado o papai. Só saí depois que os bombeiros foram embora com ele.
Voltamos pra casa. Mudei de roupa, peguei os documentos dele e os meus e fui fazer o reconhecimento do seu corpo e providenciar com o Robson e o Rogério o seu velório e enterro, ainda para a mesma tarde, pois como o corpo estava se decompondo, fomos orientados a enterrá-lo antes da 14h00min. Vi também quando retiram as vísceras do meu pai e as levaram em um saco para jogar fora. Prepararam o seu corpo e depois liberaram para o enterro.

O VELÓRIO – 09/12/1999
Tudo tinha que ser feito muito rápido!Isso me fez lembrar a pressa em matar Jesus Cristo e enterrá-lo antes da Páscoa!A diferença é que meu pai não iria salvar ninguém e nem ressuscitar!
Trouxemos seu corpo e o pusemos na calçada de casa. O mau cheiro exalava, mesmo ele estando em caixão de zinco e lacrado!Fomos orientados pelos legistas a não velá-lo dentro de casa, sob o risco de contaminação e doenças sobre nós.
O Pe. Paulo fez a encomenda do corpo e oramos juntos. Nos despedimos do papai e seguimos para o cemitério. Ali foram prestadas as últimas homenagens dos amigos e parentes e aos poucos iam embora só restando os mais íntimos e os que sofrem com a gente a dor de ter perdido alguém tão amado e tão querido!
As 17h00min. tudo estava acabado! Se meu pai morreu por falta de obediência, por negligência ou por que era chegada há sua hora, só saberemos quando estiver com Deus, na glória! Mas será que isso terá importância lá? Com certeza não vamos sentir mais estás tristezas deste mundo cão! Graças a Deus!
Agora acabou a angústia da espera! Meu pai morreu e isto é um fato, e só restou a certeza do Eterno! Louvado sejas meu Deus!

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